Vida, Flor e Vela
Ao sermos concebidos no amor e pelo amor,
Ora fecundo, acendeu-se uma vela branca...
Nasceu uma flor que o mesquinho tempo fez
Vida bela como cera de uma vela na procela,
Vento no verde mar, tempo de pensamento:
Por que estou aqui? Aqui estou! Estarei aqui
De pronto para acudir da tormenta rosa flor.
Existir, e por sustentar-se em pernas bambas
Tal qual, essa chama delével rajada de vento
Dança a vida, canta a morte quiçá com sorte
Vivamos a contento a firmeza das existências
Que tomam forma de ser na vida que cresce,
Esmorecemos na despedida como flor colhida
Triste choro... São como arrulhas de pombas.
Ontem, hoje, agora e sempre, tudo por um fio
Sou uma criança nesse imenso jardim, branca
Vela acesa e o sol, ainda ilumina a cor da tez,
Aquece esse coração de menino, vem cancela
O passado perdido nos arredores do tempo...
Oh! Sublime Mão colora a flor que há em mim
Até um anjo apagar a última chama do pavio!
Valdir Merege Rodrigues
Pinhalão, 12 de dezembro de 2016