PERFÍDIA
PERFÍDIA
MAFALDO DIAS
No meio da sala descorada
Somente uma caixa funerária barata
Nas mãos sem vida entrelaçadas
Uma fenda... feita à bala e à navalha
O amor virou ódio
Num piscar dos olhos
E o matador, o que vai acontecer?
Com certeza, doutor vai prender!
E na outra caixa?
Onde está a razão de tudo?
A culpada?
A navalha cortou a carne adúltera
E o sangue escorreu para resgatar
A honra outrora ultrajada
Logo, logo, a terra cobrirá
E as personagens deixarão de existir
No canto, alheias à situação
Sem opinar ou maldizer ninguém
As flores que se mostram belas
Até mesmo entre esquifes e velas.