O VENTO DA MORTE NO SOPRO DA VIDA
O VENTO DA MORTE NO SOPRO DA VIDA
Autor:Robson Renato
Por vezes o homem renega a sua vida,
Que desmerecida não vive a metade,
Pois vida sem vida se torna perdida
E tão reprimida na morte se evade.
Viver é preciso, morrer necessário
Trocar de cenário se torna banal.
Pós sopro da vida na morte religa
O fio da pré-vida no pó sepulcral.
A terra na tampa a corda na alça,
De terno, de calça batom e mortalha.
Deixado no fundo, no barro imundo
Os vermes do mundo seu corpo retalha.
Um corpo bonito viril e malhado,
Que foi preparado para não feder,
Pois embalsamado o formol ingengetado
Será sepultado para apodrecer.
Não tem dinstinção entre feio ou bonito,
Se é pobre ou é rico, patrão, empregado.
A morte é um exemplo de democracia
Pra todos um dia virá sem agrado.
No choro tristonho da consternação,
Ancorada no vão de um porto sofrido,
A dor se propaga sem gosto e sem calma
Tocando uma alma a cada alarido.
O corpo se vai deixando a lembraça,
Também a herança que causa a intriga.
Disputas ferrenhas e judiciais
Transformam a paz na mais dura briga.
Quem nada gastou com tanta avareza,
Deixou a riqueza que nunca curtiu,
Guardou seu centavo com muito cuidado
E será bem gastado por quem não construiu.
Quem vive uma vida mesquinha egoísta,
A lista divina seu nome rejeita,
Plantando tesouros num solo infétil,
Jamais será fértil a sua colheita.
Viver é preciso? Então que vivamos!
Cumprindo os planos do nosso viver.
Viver é preciso, mas não esqueçamos,
Também precisamos um dia morrer.
Robson Renato