Fé Ateía

O que é, o que é

Não tem olhos

Não tem boca

Não tem corpo

Não tem alma

Não existe

E nem inexiste

- A morte é esse ser.

Ser que não é ser

Escuridão sem escuridão

Um vazio com espaço

O obscuro, o inimaginável

Um caminho que se parte ao meio

A tristeza que não é vista

-E nem é sentida-

Caixões vazios

Túmulos sem nomes

Vermes que se alimentam

De deliciosos pés

Não é mais vitima

Não é mais assassino

Não é mais cidadão

Não é mais rico

Não é mais pobre

Não é mais corno

Nem mais amado

É só um corpo

Corpo morto

Corpo defunto

Corpo finado

Corpo falecido

Corpo apodrecido

Corpo sem nada

Despojado de vida

Sem moedas nos olhos

Sem barcos que guiam almas

Sem balanças que pesam corações

Sem animais para reencarnar

Sem anjos para levar aos céus

Sem demônios para arrastar até o inferno

E até sem a luz do final do túnel!

É só a morte

Nada mais que morte

Que conosco está

Dia e noite

Perto e distante

Dentro e fora

Na solidão

Em sociedade

Na saúde

E na doença

- Nem a vida

nos separa! -

Não há cura

Nem tratamento

Todo fim

Tem seu começo

Já estamos mortos

Desde que nascemos.

Endriu Costa
Enviado por Endriu Costa em 16/09/2016
Reeditado em 18/09/2016
Código do texto: T5762704
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