Autópsia

Não te preocupes!

Não me vou matar...

Não que tenha medo

das punições etéreas

que todas as religiões,

humanas ilusões,

ao suicida sentenciam.

É mister falar de morte,

por vezes, para sentir vida,

poesia a mercê desse bisturi

que nos abre o corpo

para sarar ou ferir.

Não te preocupes!

Não me vou matar...

Mas, não chores por mim:

eu já morri.