Anjos não Temem a Morte
Clareie seu olhar, limpe suas lentes
Veja-os passar, leves, ágeis, diferentes
Grandes em sensibilidade apesar do pequeno porte
Para sentirem-se mais vivos anjos não temem a morte
Refrescam-se em águas profundas
Se aquecem no chão das estradas
Deixando suas mães terrenas
Quase sempre desesperadas
Habitam corpos de pouco alimento
Querem amplidão para abrirem suas asas
Skate, música, rostos ao vento
Cidadãos do mundo, moradores, cem casas
Seguem buscando emoção desde a mais tenra idade
Mesmo que seus corpos, acompanhá-los não consigam
E na aventura percam sangue, brilho e integridade
Retornam ao chão ou ao céu, outros anjos que nos digam
Cuidem bem destes anjos; são como cães vira-latas
Que marcham sempre certeiros pelas beiras das estradas
Não se importando com a fome ou com a falta de um lar
Acreditando que mais adiante existe um melhor lugar
Cuide dos adolescentes de moto, domingos de sol
Homem frio, de negócios, sem tempo para o arrebol
Seu tempo vale ouro, o deles é "mais um segundo"
Pois pressentem que a vida é curta para se conhecer todo o mundo.
Fadas ao vê-los se agitam, auras claras de brilho intenso
Que se perdem pelas selvas sem perder o humor imenso
Correm através das vidas como se fosse um esporte
Morrendo e renascendo, pois anjos não temem a morte.