CRISE, ALGOLAGNIA E ANGÚSTIA.

Há mil formas de esmorecer. Deixar o casco corrupto,

E d'um trago asmático, findar cadavérico e atônito.

Inevitavelmente, o anjo negro há de me beijar abrupto,

E sentenciar-me, um dia, ao trágico e decrépito óbito.

E sem prolongar o interminável, é de deduzir-lhe os fins:

“Há momentos que Deus da nossa morte desfruta;

E de sua fome insaciável, faz de nós falsos querubins,

Para que os filhos seus, não descambem em sua luta.

O bom sábio há tempos nos profetizou este sublime insulto:

"Só imerso ao desafogo e a agonia finalíssima do revés,

Que tu deixas de lado tuas inoportunas verborreias de culto,

E dos porões extraordinários da memória tu, finalmente, te vês”.

Hernâni Arriscado - Crise, Algolagnia e Angústia.

25/04/15

Hernán I de Ariscadian
Enviado por Hernán I de Ariscadian em 01/06/2016
Reeditado em 04/05/2017
Código do texto: T5653803
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