OPERÁRIOS DO SUBSOLO
Quando meu corpo à vala descer,
Deixando ante a si a angústia terrena,
Oh! Os vermes hão de agradecer,
Disputando partes dessa pele morena.
Numa voracidade de espantar os entes,
Roerá as partes do putrefato corpo.
Naquela vala escura, afiando os dentes,
Devorará os órgãos de um homem morto.
Chegando ao fim de tal operação,
Os bichos gordos, apartar-se-ão,
Dando lugar a operários colossos.
O trabalho exigirá forte ferramenta
Ness’outra fase duradoura e lenta,
Para consumir todos os meus ossos.