Psicodelia
Eu não sei onde isso irá me levar
Nem quanto tempo tudo irá durar
Jogando cartas com um mendigo
Pessoas passam e logo se vão
Ternos imaculados num mundo sujo
Prédios arranhando os pés de Deus
Para cada anjo dezoito demônios
Para cada demônio um pedaço meu
Não há nada como uma boa viagem
Dessas que te jogam no meio do limbo
E você não sabe se está vivo ou morto
E você não sabe sequer se vai voltar
Ou se quer voltar
Mas você sabe que é pássaro
Voando por aí numa brisa de verão
O último suspiro de vida dessa pobre estação.
Eu fiz o que julguei correto
Destruí o meu pequeno mundo
Numa bela e vivida explosão
Ninguém é capaz de entender
Ninguém sequer consegue ver
A beleza que reside na destruição
Vida e morte andando de mãos dadas
Uma arte de beleza incompreensível
Só quem quase morre pode viver
Só quem quase vive irá de fato morrer
E eu não sei ao certo quem sou
Nunca sei ao certo para onde vou
Apenas mais um vagabundo sem lar
Mas dessa vez irei tentar o paraíso
Longe desse inferno de pedra
Onde um homem não pode ser livre
Onde um homem não pode ser homem
Deus sabe dos meus ideais
Mas o Diabo sabe muito mais.