ABAIXO DO MAUSOLÉU
Teus versos me lembram os poetas do passado.
Suas palavras são de inspiração para a alma.
Tenho certeza que você nunca viu abaixo
desse fúnebre mausoléu que fica escondido
dentro dele a escuridão imensa.
Eu já estive um dia em coma.
Não vi o céu e nem estrela.
Havia apenas escuridão profunda.
Juntando a ela o silêncio intenso.
Não fui ao inferno nem ao paraíso.
Deus que sabe disso
viu meu corpo deitado como morto.
Quando acordei e vi que estive em coma,
percebi que quase fui para o mausoléu.
Ali meu corpo iria decompor como vento ao léu.
De fato quase sobre mim colocam a tampa mortuária.
Voltei a vida por um milagre de Deus divino.
Mas nunca esqueço existir o mausoléu.
Dentro da caixa de madeira pintada de verniz
hei de virar pó sobre a cal de giz.
Agora vem e me diz:
_ O que existe dentro do mausoléu?
Se não puder me responder eu mesmo direi.
Debaixo da tampa mortuária que escondeu meu rosto
restou pó, escuridão e completo silêncio.
Já não sou mais o homem que escrevia verso.
(JACQUES CALABIA LISBÕA JCLIS )
BELO HORIZONTE , ABRIL DE 2016
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