A Morte

Não quero ser um anjo de luz que, vive a recitar versos misericordiosos!

Não quero ser um anjo das sombras que, vive a espreitar e desejar o caos!

Não quero seu perdão pérfido, destituído da verdade!

Não quero suas desculpas esfarrapadas, e torpe!

Quero ser apenas, este ser insano, desprezível!

Que como um pária rejeita a moral social imposta!

Que perambula pela noite escura, em busca de luz!

Quero ser o que sou, não o que querem que eu seja!

Quero o poder para exercitar o livre arbítrio!

Quero o seu seio farto, sua boca insaciável!

Quero o seu corpo parco, esquálido, tísico!

Quero a sua alma, o seu espírito débil!

Quero descer contigo ao submundo!

Quero sentir o olor acre de seu sangue!

Quero ouvir o chacoalhar de seus ossos!

Quero ver a avidez dos vermes saprófagos!

Quero o silêncio das tumbas, dos sepulcros!

20/04/2016

ILARIO MOREIRA
Enviado por ILARIO MOREIRA em 20/04/2016
Código do texto: T5611005
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