O ÚLTIMO POEMA

No silêncio do meu quarto, agora

No peito, há dor, nas mãos, há pena

Intento escrever o último poema

E palavras faltam-me nesta hora.

Divago, por sórdidas paragens, ando

Na esperança de meu algoz encontrar

Nesse escuro, não sei onde e quando

As palavras do encéfalo, veio-me roubar

Enfim, de posse de palavras míseras

Que me restam, ponho-me a rabiscar

Linhas, trêmulas, esquivas, tortas

Ao longe, passam-se sombras efêmeras

Escurecem as vistas, falta-me o ar

Cai das mãos a pena com as palavras mortas

Daniel Pereira S
Enviado por Daniel Pereira S em 03/04/2016
Reeditado em 31/08/2019
Código do texto: T5593997
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