Caixão

Caixão

A epiderme de minha

pele que está em decomposição.

O calor que me enche o coração,

apodrece os meus dois pulmões

que não mais respiram a vida.

Os meus olhos arrancados por terem

visto o que não deveria ser visto.

Os meus cabelos caracolados, se enrolam

no escuro buraco. Mas eu não

me contentarei em ficar atolado na

podridão desse buraco infectado.

Minhas unhas resistem a invasão de vermes que

a consomem, juntos com a carne de minha derme. Os meus

órgãos se transformam em um liquido negro e fedido, que

não passa de carniça.

Meu cérebro pensante não pensa pois és que. “O que pensar ?”

O que fala ? Se nem a língua tenho mais

para recitar.

O caixote em que descanso se tornará por,

assim como tudo que em mim ah.

Lucas Clementino

Soan_Clementin
Enviado por Soan_Clementin em 01/04/2016
Código do texto: T5591747
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