Caixão
Caixão
A epiderme de minha
pele que está em decomposição.
O calor que me enche o coração,
apodrece os meus dois pulmões
que não mais respiram a vida.
Os meus olhos arrancados por terem
visto o que não deveria ser visto.
Os meus cabelos caracolados, se enrolam
no escuro buraco. Mas eu não
me contentarei em ficar atolado na
podridão desse buraco infectado.
Minhas unhas resistem a invasão de vermes que
a consomem, juntos com a carne de minha derme. Os meus
órgãos se transformam em um liquido negro e fedido, que
não passa de carniça.
Meu cérebro pensante não pensa pois és que. “O que pensar ?”
O que fala ? Se nem a língua tenho mais
para recitar.
O caixote em que descanso se tornará por,
assim como tudo que em mim ah.
Lucas Clementino