Mar do Esquecimento
Ó, homem tolo e vil!
Que em vão se gaba de caminhar sobre a terra!
E não imagina num só instante,
Por mais que se lhes desse mil,
Que um dia has de estar sob ela!
E como as cinzas das brasas do fogo que hoje te aquece
Serás, e cessará num só segundo
A beleza de tua diminuta prece!
De que te vale, então
Tanta correria e beleza
Se por fim todo o teu trabalho e destreza
Se mutará em esforço vão?
Pois no lugar para onde os mortos vão
Todos os esforços em vida
Mergulhados no mar do esquecimento estão!