Morte
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Morte
Tive vida breve. Tive vida fresca.
Cheia de firulas,
não pegava leve com ninguém.
Tive vida leve. Tive breve existência.
Cheia de vaidades,
julguei-me distante do soturno além.
Tive vida sem graça. Tirei a graça, de graça.
Cheia de máscaras,
camuflei todas as futilidades do vintém.
Tive tempo demais. Tive tempo de menos.
Cheia de silicone,
mascarei minha carne com fútil desdém.
Tive o dom da vida. Tive vida e dons.
Cheia de entupimentos,
dei trabalho a quem me furou, não sei quem.
Dei de cara com a morte.
Estava na cara o corte
da tanatopraxia.
Fui da vida consorte;
desgarrei-me da felicidade...
E agora, na hora da morte,
não adianta reclamar.
O que foi feito, está feito.
Só resta enterrar!
Nijair Araújo Pinto
19 de janeiro de 2016.
23h07min
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