Morte
Tens nome de mulher
O ser mais desejado
O paradoxo amargurado
Se a ti, ninguém a quer
E teu colo é rejeitado
És tão indesejável
O tanto que esperada
O ponto final da estrada
Do destino inevitável
de uma breve estada
Paz eterna ou danação
Ora perdão, ora castigo
És o último abrigo
Do ortodoxo ao pagão
Seja joio, seja trigo
Mostra que tudo é nada
E que nada vale a pena
Quanto a vida é pequena
Se a ti for comparada
e aos mistérios de seu tema
Sei que a vida é ilusória
E você... é absoluta?
Quando a alma transmuta
Todo morto tem história
um medo, um amor, uma luta
A visão mais real do ser
É a sua extinção
Onde não há distinção
Quanto a ter e não ter
Todo mundo vai morrer.
A luz que se apaga
O pano que cai
Da cena que sai
Tua mão que afaga
A gente que vai