Morte

Tens nome de mulher

O ser mais desejado

O paradoxo amargurado

Se a ti, ninguém a quer

E teu colo é rejeitado

És tão indesejável

O tanto que esperada

O ponto final da estrada

Do destino inevitável

de uma breve estada

Paz eterna ou danação

Ora perdão, ora castigo

És o último abrigo

Do ortodoxo ao pagão

Seja joio, seja trigo

Mostra que tudo é nada

E que nada vale a pena

Quanto a vida é pequena

Se a ti for comparada

e aos mistérios de seu tema

Sei que a vida é ilusória

E você... é absoluta?

Quando a alma transmuta

Todo morto tem história

um medo, um amor, uma luta

A visão mais real do ser

É a sua extinção

Onde não há distinção

Quanto a ter e não ter

Todo mundo vai morrer.

A luz que se apaga

O pano que cai

Da cena que sai

Tua mão que afaga

A gente que vai

Paulo Cezar Pereira
Enviado por Paulo Cezar Pereira em 02/10/2015
Reeditado em 22/05/2018
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