Lúgubre
Sorrindo,
acaricia-me a face,
seduzindo calmamente.
Com olhos de dama solitária e carente,
beija-me a face.
Acalenta-me em seu ombro macio e aconchegante.
Passam-se os medos todos,
eis que a vida é efêmera e vã. Sonhos que sonhei pra mim passam por cada vaga extremidade de minha alma e de repente já não são. Eram, passaram.
Contornos de minha tês,
olhos de moendas vivas,
alquebrados pontos de pódios imperfeitos e vagos.
Pontos estes nos quais já estive.
Soturno,
plangente,
profundo.
E me sorri,
sorrio de volta.
De que vale tudo aqui,
a mesma questão de todos os dias.
Meus sonhos me olham e não me reconhecem,
não os reconheço.
Quem dera me abraçasse e me levasse,
sinto-me exausta de tudo isso aqui.
Infindos dias que já se estenderam além da conta.