*** TENHO MEDO ENTÃO ...

Tenho medo...

Estou cercado de seres estranhos.

Ouço um caminhar de espaço limitado a cima

de meu teto, fico imóvel, ele sequer sabe que

existo, pois o concreto me separa da guerrilha

lá de fora, e de suas conseqüências de suas dores,

suas mágoas e rancores.

Afundo-me na vala, sem fala da poltrona, daqui

nem sinto o mundo girar, mas assim mesmo

tenho medo.

Permaneço horas observando a caixa do mago,

Vendo cenas no ringue da discórdia a curiosidade

foi embora e o que restou.

Apenas o pé de barro, um ninguém, beijando o chão,

lendo jornal, estirado, largado, para a sorte de algum abutre.

E eu aqui curtindo o verão com meu edredom, escondido

dentro deste labirinto, dei de cara com meu minotauro,

inimigo dos covardes.

Pergunto-me:

- Qual e a distancia que me separa dos menos favorecidos,

dos miseráveis de oportunidades.

Ergo a taça do conforto e brindo a realidade.

Logo em seguida, me pego embriagada de sonhos,

Parada... Calada... Procurando subterfúgios dentro do

túnel incerto de trás de minha própria muralha

esperando alguma luz se acender.

Fattoconsumado

Todos Direitos Reservado

Fattoconsumado
Enviado por Fattoconsumado em 12/05/2008
Reeditado em 12/05/2008
Código do texto: T986990
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.