*** TENHO MEDO ENTÃO ...
Tenho medo...
Estou cercado de seres estranhos.
Ouço um caminhar de espaço limitado a cima
de meu teto, fico imóvel, ele sequer sabe que
existo, pois o concreto me separa da guerrilha
lá de fora, e de suas conseqüências de suas dores,
suas mágoas e rancores.
Afundo-me na vala, sem fala da poltrona, daqui
nem sinto o mundo girar, mas assim mesmo
tenho medo.
Permaneço horas observando a caixa do mago,
Vendo cenas no ringue da discórdia a curiosidade
foi embora e o que restou.
Apenas o pé de barro, um ninguém, beijando o chão,
lendo jornal, estirado, largado, para a sorte de algum abutre.
E eu aqui curtindo o verão com meu edredom, escondido
dentro deste labirinto, dei de cara com meu minotauro,
inimigo dos covardes.
Pergunto-me:
- Qual e a distancia que me separa dos menos favorecidos,
dos miseráveis de oportunidades.
Ergo a taça do conforto e brindo a realidade.
Logo em seguida, me pego embriagada de sonhos,
Parada... Calada... Procurando subterfúgios dentro do
túnel incerto de trás de minha própria muralha
esperando alguma luz se acender.
Fattoconsumado
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