CONTO DE FADAS
Não respondo,
nem me calo.
Há sempre um monstro
dentro de mim.
Cantigas de ninar que
desnorteiam afetos.
Sempre alguém para me
pegar pelos cabelos, ou
me arrancar as orelhas.
Minhas mãos são firmes,
eu sei, não receio.
Mas no meio do caminho
há um monstro com medo de
ser sozinho no dissabor.
Não assombra...
E que sombra é essa que me
arrancou frutos imaturos ?
Que desordem saborosa, uma
desavença frondosa...
Não, eu não respondo.
Quem sou eu para arrancar
respostas de uma mente
costurada...é muito cedo.
Não tenho mais medo de acordar
sem saber aonde estou.
Estou aqui, comigo...
O medo, já vai passar.