CONTO DE FADAS

Não respondo,

nem me calo.

Há sempre um monstro

dentro de mim.

Cantigas de ninar que

desnorteiam afetos.

Sempre alguém para me

pegar pelos cabelos, ou

me arrancar as orelhas.

Minhas mãos são firmes,

eu sei, não receio.

Mas no meio do caminho

há um monstro com medo de

ser sozinho no dissabor.

Não assombra...

E que sombra é essa que me

arrancou frutos imaturos ?

Que desordem saborosa, uma

desavença frondosa...

Não, eu não respondo.

Quem sou eu para arrancar

respostas de uma mente

costurada...é muito cedo.

Não tenho mais medo de acordar

sem saber aonde estou.

Estou aqui, comigo...

O medo, já vai passar.

Luciane Lopes
Enviado por Luciane Lopes em 10/05/2008
Código do texto: T984401
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