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INTERROGAÇÃO

 

Encontro-me cansada da vida

Por não ter onde chegar...

Por não conhecer jamais

Os meus limites e palpites.

Vivendo no inverso dos sonhos,
A que antes me entregava
E hoje, não me reconheço mais!

 

Preciso extravasar os sentimentos,

Que tolhem-me a razão...

E, se meu coração reclamar,

Pela ausência total de sentido,

Por minha alma partida

Pela perda de meu juízo,

Por minha própria consciência,

Que insiste em me condenar,

Por certo, não pedirei clemência.

 

Por existir pedras em meus caminhos,

Por abraçar a lua e as estrelas

Por conjugar o verbo amar,

Sempre que eu penso em tudo...

De meus lábios, no silêncio

Das palavras, por não dizê-las!

Sei que meu tempo findou

E meu coração não serenou.

 

Sei que as frases feitas,

As ilusões mortas e desfeitas,

Não vão dar-me o respaldo,

Que preciso em mim...

Para que eu me sinta viva,

Posto que a chama reaviva

O que parecia estar no fim!

 

O que hoje me parece certo...

Amanhã pode não ser!

No entanto, quem há de saber?

********* 
Poema

dedicado à Hluna,

por apreciar versos livres.

Beijos, amiga!

Milla
***

Com o áudio ficou melhor!
Ouçam: 
(
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