Surreal Perfil Distorcido Blues

Sou estranho, desconectado, a sombra do invisível.

Quando minha filha morreu Deus morreu para mim

E eu deixei de existir, não pela fé que se foi...

Mas pela não vinda da única boa razão que poderia haver em minha vida.

Sou um escravo das madrugadas...

(A Única companhia para minha solidão).

Sou frágil como vidro por mais duro que eu pareça ser.

Não sei mais chorar...

Não sei mais gritar...

Não me importo mais com o dia seguinte.

Tenho meus vícios.

Adorava filmes e devorava livros.

Escrevo e crio para não enlouquecer.

Sei que estou na época errada...

No país errado...

Na vida errada...

E que a cada dia que passa torno-me mais e mais frio... E distante.

Falo palavrões (o tempo todo).

Ouço música para não ouvir meus pensamentos.

Caminho na borda do mundo, pois não há algum lugar para mim.

Não sei mais sorrir...

Não tenho medo de morrer.

Aceitei caminhar só (não há escolhas nisso).

Amei somente uma única vez...

Mas nunca fui amado.

O sexo tornou-se fácil, mecânico e banal...

Coleciono mulheres.

Falo sozinho e não possuo mais sonhos.

Não consigo passar um único dia sem estar dopado.

Meu corpo está cada vez mais doente...

E não consigo superar a dor da perda.

Da vida e de Deus aprendi a esperar somente o pior.

Amo minha “afilhada” como a uma filha que jamais irei ter.

Fiz uma vasectomia, ter esperanças foi algo nocivo para mim.

Não consigo me importar mais comigo...

E lamento cada dia que acordo.

A minha frase é: “Aprecio a humanidade o que não suporto são as pessoas”.

Aprendi que nunca deve acreditar ou confiar em uma mulher, elas são como veneno doce.

Não importa o quanto eu tente fugir...

Sei que sou um prisioneiro e não importa o quanto eu tenha a oferecer...

Será sempre dor por trás de meu falso sorriso.

E quem pense ao contrário que se foda!

De minha vida quem sabe sou eu...

Então guarde sua opinião para você...

Pois em meu mundo você já teria se matado a muito tempo.