PONTOS DE VISTA DA LOUCURA

Bati a cabeça com força certo dia,

A medida do meu pensamento deslizou sobre a escrivaninha,

Caiu no ralo e com ela se foi o meu pensamento,

Fiquei de cabeça vazia sem qualquer métrica para escrever,

Coloquei as palavras desajustadamente sobre o papel,

Dentro de alguns segundos começaram a fazer sentido,

Sentido para um louco,

Não tinha coisa com coisa ali,

Apenas um par de sentimentos,

Sem causa ou conseqüência, tudo embaralhado,

Parecia um sonho contado com fidelidade aos fatos,

Dei para um amigo ler os meus pensamentos,

E me dizer se havia loucura nos fatos,

Ele leeu e me disse que era a coisa mais condizente com a realidade, Com o que já tinha lido,

Não me dei por satisfeito,

Fui ao perito das letras perguntar sobre a minha sanidade,

Ele me disse: "-Sem dúvida! Uma obra prima!

Voltei a ler o "Benedito",

E voltei a contastar,

Aqui não tem nada com nada,

Mas do nada se faz qualquer coisa quando se tem a atenção,

E a imaginação alheia.