AMIGA DA LIBERDADE


Não meu senhor;
Ela não sabe o que é amor,
Nem mesmo sabe quem é ela,
Ela é Rosa, é Maria, é Manuela,
Ela é prosa, é poesia, é cantinela,
Ela é criadora, é criatura,
É cura para todo o mal,
Ela se acha normal.
Se ela corre, pula, se grita,
Se a alma se agita,
É apenas por que ela acredita,
Ser amiga da liberdade,
No prevalecer da sua verdade.
Não meu senhor;
Ela não quer pôr,
A mão na consciência,
Não quer tomar,
Um chá de coerência,
Ela quer é viver no seu universo,
Inverso à normalidade,
Se pode ou não pode ser;
Ela não quer nem saber,
Dispensa os olhares de compaixão?
O excesso de atenção,
O que ela deseja afinal,
É o direito à luz solar,
Da manhã festival,
Poder respirar,
Sem a aplicação,
Daquela injeção.
Sim meu senhor!
Ela tem pavor,
Do “sossega leão”.