Por entre os dedos

Vi sair por entre os dedos

Sonhos e projetos aos milhares

Uns em flashes, atacados pela realidade

Outros em fila abandonado a cidade

Fiz-me de forte até hoje

Quando os vejo partindo

Acelero a produção de novos

Porém acabo reincidindo

Uns retornam fracos e tímidos

Alguns outros passam rápidos

E eu esperando o ponto

Em que um me dê amparo

Nesses devaneios necessários

Que fazem haver esperança

É fácil nem perceber

Que posso nem precisar deles para reflorescer

Que tudo que quero está perto

Bem no peito, é quase certo

Que os momentos de sonhos

São, por vezes, até mais pobres

Que o milagre de poder ousar

De ter tempo e horário nobre

É da condição humana

Essa insatisfação insana.