DANÇA DO SOL

 

Sou poeta insano

Escrevo versos profanos

Rabiscos descabidos

Sem pé, nem cabeça

Mais uma vez, me esqueça

Não se faça de santo

Não me mostre seu pranto

Que não me emociona

Nem me tira do meu intento

De um sonho sôfrego

Onde perco o fôlego

Das palavras sussurradas

Algumas rabiscadas

Num pedaço de papel

Pra não perder a inspiração

De versos que eu invento

Quando mostro sentimentos

Numa poesia onde misturo

Paixão, desprezo e amor

Já não acredito mais em nada

A sorte está lançada

Que ganhe o maior lance

Quem sabe amanhã nova chance

De voltar a acreditar

E acabar  com o ceticismo

Que circunda dias sombrios

Em noites trôpegas

Onde tropeço em palavras

Faço versos em silêncio

Enquanto a noite se abandona na escuridão

O  sol dorme cansado

Se  afasta e descansa

Pra amanhã reiniciar nova dança

Enquanto a lua nua

Ilumina a rua e mostra o caminho

aos perdidos na noite.

(Vera Helena)

 

Vitória/ES – Em 02/04/08 -