De volta ao analista.

De volta ao divã amigo

Pra ouvir tudo o que eu digo

a quem eu possa confiar

Dos caminhos percorridos

Como a um ritual vivido.

Aqui eu vou me aquietar

Fracassos, equívocos e medos...

Mistérios melancolia e segredos

Penetram em minhas entranhas.

Fujo das ameaças do pânico.

Tento por tudo sobreviver

Sem me aconselhar com você.

Mas um desejo em demasia

Me arranca a cada dia

O prazer de viver.

Por isso aqui volto a deitar...

Pra você me aconselhar

Ouça doutor!

Alem de todos os tormentos

O que mais me incomoda no momento

É um fetiche ou fantasia

Seja qual jeito chamar

Na derradeira hora da madrugada

Em lamento de dor

Choro sofro, em agonia

De querer essa fantasia

Com você a realizar.

Cada dia que aqui fiquei

Nesse divã a falar

Você ficava calado

E eu só a imaginar...

Só loucura, e doidice

Coisa de meninice

Sempre a fantasiar.

Quando em menina, lembrei

Ai tudo veio a mente.

brincava de médico e paciente.

Sentia seu corpo caliente

O meu acariciar.

Sem tabus e sem pudores

Com pontas de ousadia...

Agora pra me curar...

Tente me controlar...

Realize essa fantasia.

Zaía Cruis
Enviado por Zaía Cruis em 26/03/2008
Código do texto: T918051
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