De volta ao analista.
De volta ao divã amigo
Pra ouvir tudo o que eu digo
a quem eu possa confiar
Dos caminhos percorridos
Como a um ritual vivido.
Aqui eu vou me aquietar
Fracassos, equívocos e medos...
Mistérios melancolia e segredos
Penetram em minhas entranhas.
Fujo das ameaças do pânico.
Tento por tudo sobreviver
Sem me aconselhar com você.
Mas um desejo em demasia
Me arranca a cada dia
O prazer de viver.
Por isso aqui volto a deitar...
Pra você me aconselhar
Ouça doutor!
Alem de todos os tormentos
O que mais me incomoda no momento
É um fetiche ou fantasia
Seja qual jeito chamar
Na derradeira hora da madrugada
Em lamento de dor
Choro sofro, em agonia
De querer essa fantasia
Com você a realizar.
Cada dia que aqui fiquei
Nesse divã a falar
Você ficava calado
E eu só a imaginar...
Só loucura, e doidice
Coisa de meninice
Sempre a fantasiar.
Quando em menina, lembrei
Ai tudo veio a mente.
brincava de médico e paciente.
Sentia seu corpo caliente
O meu acariciar.
Sem tabus e sem pudores
Com pontas de ousadia...
Agora pra me curar...
Tente me controlar...
Realize essa fantasia.