LUZES E PENUMBRAS
Paira...plaina no ar... mistérios
Entre pontos escuros e o brilho
Que aparece feito maltrapilho
Sem aviso...relance esquisito
Da lucidez... veia da loucura
Que se acende e se apaga...
Nas beiradas da mente propaga
Tênue...leve...densa...pesada
Em feixes...buscas desencontradas
Resquícios de pirações dissimuladas
No grotão das angústias passadas
Que fluem no silêncio da noite calada
Pelas frestas...buracos...rachaduras
Nas palavras não ditas...amarguras
Subterfúgios...vidas solitárias...sofridas
Despertam...fenecem...lembranças
Dos idos tempos do ser criança
Que volta no balanço dos dias
A memória nos provoca e irradia
Às vezes tola...nas nuvens...sombras
Ou extasiante...alegre...sol fulgurante
Somos feitos de luzes e penumbras
Caminhando seguros ou perambulando
Sempre de mãos dadas com os sonhos
Tantos encontros e desencontros...devaneios
Retirando os escombros...no ombro à ombro
Cicatrizando as feridas...jorrando o sangue
E a vida ali...aqui... pulsando constante
Como o olhar fixado desperta horizontes
Sim! Somos bêbados e equilibristas
No desvario do tempo inclemente
Que corre célere! Implacável! Dolente!
Até que a luz se apague...num instante
E ressurja...reacenda...novamente!
Hildebrando Menezes