AUTOR DOS MEUS ACTOS

Perco a noção do quanto sou louco

Criando entre mim uma alegria total

Adicionando gosto ao que sabe a pouco

E tento doar ao bem o herdado do mal

Sou mestre que verga a tormenta

Encapuçada no bosque das incertezas

Entendo o que a natureza argumenta

Incompatível com as nossas fraquezas

Sou louco de tão saudável ser

Por saber ser impossível alterar

O destino que não pára de acontecer

Nesta viagem que termina no continuar

Assisto-me autor dos meus actos

Em dramas e comédias que dão vida

Num quase perfeito de todos os factos

Que compõem a paz conseguida