Dilema Pessoal

O amarelo amanhecer

Como não o ver?

Como o desprezar?

Como não o adorar?

O verde copa e folha

Sobre o tronco seivoso

Onde o pássaro chora

Onde mora o meu consolo

Em imagens gravadas

Neste cerco da vida

A paz me some às vistas

Sem me ser autorizada

Antiquado e doloroso

Sim, venho comigo ter

Venho novamente conversar

para assim me reencontrar

Está escuro

E ninguém entende

Como a luz pode me cegar

Estou por um fio

E ninguém entende

Como isto vai me recuperar

Não confio em mim

Nem em meu julgar

É inútil não me ouvir

E é inútil me escutar

Eu não falo minha língua

E me machuco ao tentar

Mas eu sou a peça única

Deste meu jogo singular