ROSAS DA PAZ

A paz é o meu farol neste nevoeiro

Onde finto espinhos como oxigénio

Sinto o picar e o arranhar mas respiro

Entre arbustos que falam a linguagem

De sentimentos que choram sem lágrimas

Fazendo ninho no colo do meu ego

No coro de um coliseu sem eco

Cantando cantigas de dor

Tão subtis como o fio de uma lamina

Para uma plateia de orelhas moucas

Esperando aplausos conformados

Entre vaias de quem não entende

O meu lado de outra gente

Que não essa gente desse lado

O meu olhar silencioso é uma sinfonia

De sons deliciosamente afinados

E pautados nesta alma guerreira

Que transformou a espada fria e afiada

De aço pesado em palavras doces

Tão meigas que decoram o horizonte

Com pétalas de rosas belas quão bravas

Que nunca precisaram de espinhos no seu caule

Para serem rosas