A cocaína não vai me rejeitar

Fui uma bailarina mítica e audaz

uma dócel pérola faíscando a Satanás

um corpo boíando no rio

violentado por um conssenso doentio

Que há veneno p'rá curar os tremores

sufocada com o esquecimento

sendo mãe de um travesti adolescente

e expurgada de uma ética hipocondríaca

Os esgotos correm para veias simbióticas

no escroto morrem acidamente pelo espermaticida

na enfermaria pública a juventude passa mau

cantando únida um réquiem imoral

Fustiga nas novelas as aberrações escondidas

o inviolável afeto nas convulssões

Saiba que vão estuprar tuas filhas!

o desocupado bebeu, dançou, amou, chorou, matou...

Shades
Enviado por Shades em 22/02/2008
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