A cocaína não vai me rejeitar
Fui uma bailarina mítica e audaz
uma dócel pérola faíscando a Satanás
um corpo boíando no rio
violentado por um conssenso doentio
Que há veneno p'rá curar os tremores
sufocada com o esquecimento
sendo mãe de um travesti adolescente
e expurgada de uma ética hipocondríaca
Os esgotos correm para veias simbióticas
no escroto morrem acidamente pelo espermaticida
na enfermaria pública a juventude passa mau
cantando únida um réquiem imoral
Fustiga nas novelas as aberrações escondidas
o inviolável afeto nas convulssões
Saiba que vão estuprar tuas filhas!
o desocupado bebeu, dançou, amou, chorou, matou...