lua sangrenta

A lua sangra pela noite escura

A noite escura sangra pela lua

Sob o silêncio da noite

O eclipse faz sombra

Soturna

Sobre corpos humanos

Sobre dores humanas

Sobre a paixão

de ser apaixonado

apenas.

Sangra lua de São Jorge

Pelos mil dragões mortos

Pelos moinhos incendiados

Pelos Quixotes montados a cavalo

O trotar dos tempos repicam

Pela estrada

Sangra lua bastarda

Nessa noite, as horas em conluio

Banharão a eternidade

E lhe dirá talvez a verdade

Num tom de mistério chaveado

Sangra lua vermelha,

Que é rubra,

É intensa,

É vasta e nua

Despida dos predicado dos homens,

Emudecida pelos fonemas dos homens

Uivos acompanham a sua trajetória

A reunir matilhas,

A dizimar raposas

A entregar secretamente

Todos os dias

Mistérios desvendados

Almas decifradas

Nesse deserto de emoções.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 21/02/2008
Código do texto: T868552
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.