moria
Não me venha falar da razão
Não me venha com palavras certinhas bem distribuídas na frase
Bebo no cálice da Moria e esse líquido não passa pela garganta
Circula nas veias
Saúdo com Erasmo os insanos que perambulam pelas ruas
A cidade é a concretude do caos, ordem às avessas
A natureza não se faz pela razão
O peixe que nada contra a correnteza e se reproduz
O vermelho indica pare
O verde, siga
O amarelo, indecisão
Andar na contra-mão pode ser perigoso
E daí? Viver é a iminência da morte
Sentada no bar da esquina vejo uma mulher vestida de noiva
Conversando sozinha com um orelhão
Não, ela não está ao telefone
Ela está enamorada da Telesp