COMO SE FOSSEM ASAS

Subiu no alto do monte,
Mirou firme o horizonte...
Sentiu um vazio ilimitado,
Metrópole em dia de feriado,
Pensou; se tudo é relativo,
Tanto faz, estar morto ou vivo,
E nada será desperdício,
Nem fim, nem meio nem inicio.
Se uborizou,
Como se fosse brasa,
Agitou as mãos,
Como se fossem asas,
Como se homem, não fosse,
Do ser pássaro tomou posse,
Voou... um vôo
Absolutamente precoce,
Gritou: adeus solidão!
Olhos que se fecharam,
Sonhos que se foram...
Dormentes na escuridão.