Carnavalesco
Edson Gonçalves Ferreira
Houve um tempo que eu fantasiava
Lembro-me de um bloco de palhaços
A foto está diante de mim
Eu e amigos felizes, sorrindo, maquiados e fantasiados
A ilusão era maior, bem maior que agora
Hoje, acredito que não preciso de fantasia
Já temos o nosso papel definido pela sociedade
Dançamos todos os dias
Nem sempre concordamos com a música de fundo
Às vezes, nem alegre ela é, mas dançamos
Como é bom sorrir quando se tem vontade
Mas dói sorrir só para agradar
Não, não quero me sujeitar a esse papel ridículo
Prefiro ficar em casa, fazendo poesia com você
Sem fingimentos, sendo o Edson, um menino muito crescido
Mas que ainda acredita na poesia dos confetes e das serpentinas
Quando são jogadas amorosamente
Como meu pai músico e poeta o fazia
Enquanto, ao lado de mamãe, dançávamos alegres
Na copa da casa antiga de meus pais
Simples, mas tão sagrada como a casa de Nazaré.
Divinópolis, 31.01.08