O dia em que eu não te amei.

Autor: Daniel Fiuza

21/01/2008

De frente para mim,

a carismática amada,

feliz excitada,

súbita preparada,

disse sim.

O suavíssimo célebre desejo,

de repente transformou-se em beijo.

O erotismo ético abnegado,

célere ao intimo o claustro inesperado.

O amável clima cênico da paixão,

um bulevar celeste,

num carrossel carnal,

fissura a dúvida da entrega total.

O evasivo sentimento épico,

detalha o devaneio,

o frenesi etílico,

diálogo do céu,

em ato falho, o fato incendeia.

O tempo inimigo dos amantes,

fragmentado, estranho delirante,

no espaço abstrato do colorido sonho.

O diáfano balé acalentava,

a altruísta carência,

o corpo catedral dos sentimentos,

catalisando a despótica abstinência.

A colossal desfeita obra,

divide os corpos e as mentes,

a imagem cativante da amante,

abre-se, fere, sara em déspota cicatriz.

A espera do momento efêmero e frágil,

abala o inacreditável fato,

correntes contrárias quebram e impedem,

o termino do instintivo ato.

Abalado, etílico, ridículo, estático e oscilante,

sentindo o tempo hesitante,

num gesto infeliz, não sei.

O colorido sonho se desfez,

em obstáculos de tristezas,

na incerteza, naquela noite obscura,

completamente apático não te amei.

Domfiuza
Enviado por Domfiuza em 26/01/2008
Código do texto: T834466