Taxidermia
A princípio
Pedi que me deixassem em paz
Um canto qualquer que pudesse chorar ,
Pedido em vão
Não se escuta a voz chorosa
E a dor que não se sente
Revesti a alma emocionada
De um concreto frígido ,
A raiva frigia e não exauria
Pois era um cálculo de homem
Aboli as utopias
E as coisas que se fazem desejosas de credo.
Cria...
As troquei pelo realógico
Que não pára o relógio
Seu ponteiro metódico ,
Humanitóxico
Resolvi essa luta e mais valia
Laminarmonia que entristecia
E seria novamente o homem fraco
Que se submete a emoção
Não desta vez , não seria
É hora do fim
Se deleitar na hipocrisia
Assumir a lágrima que ascende ,
Autenticar-se como gente
Céus , mas a gota lacrimal insistia
Ainda escorria
Então usei minhas mãos
E a pele da face estiquei
A taxidermia me salvou.