Olha o que posso fazer
Eu vivo um jogo de damas,
Todos estão me observando,
As peças estão se movendo,
Querem me deixar em chamas.
Eu percorro os ambientes,
Tu ficas rindo em tua mente,
Eu observo, escondida,
Talvez as coisas não tenham sentido.
Eu me coloco como ser forte,
As pessoas podem me matar em qualquer esquina,
Mas sempre sairei das ruínas,
Atiro em postes, sem sorte.
Olha o que sei fazer,
Olha o que pode acontecer.
Tu fazes de tudo para tirar o chão,
Fazes o possível para cair na imensidão,
No abate da carne, sonhas em ser linguiça,
Mas não passas de carniça.
Um dia após o outro, vencendo batalhas,
Fugindo das navalhas,
Tu podes lançar todos os venenos,
E eu sempre farei o sonso, sereno.
Cobras estão me cercando,
Mas sou a cobra mãe, observando,
Minha lista de ataque não é pequena,
Todas vocês eu apequeno.
Olha o que posso fazer,
Olha como torno o anoitecer.
Estou de olho em ti,
Espero que estejas em dia com tuas preces,
Sou camuflada em pele de cordeiro,
Esperando a rasteira, o exagero.
Sinto muito, não sou tão boba assim,
Por quê?
Sou o próprio inferno, enfim.
Olha o que posso fazer,
Olha como vem o amanhecer.