Confissões de um Poeta Quebrado
Eu era o rei da ressaca, o ás do azar,
trocava promessas por copos vazios,
fingia esquecer pra não ter que lembrar
e rimava saudade com quartos frios.
A vida me deve, mas nunca me paga,
o amor me jurou, mas dormiu com outro,
eu sigo escrevendo com a alma estragada,
vendendo verdades no meio do jogo.
Se rio, é de raiva, se choro, disfarço,
sou tango sem dança, sou blues sem guitarra,
poeta sem musa, um verso sem laço,
um brinde ao que dói—e que nunca se apaga.