Loucura: A dança do caos

No espelho, o rosto se desfaz em fragmentos,

Reflexos que dançam, sombras, pensamentos.

O mundo vira roda, a mente desatino,

A loucura se faz, é sombra, é destino.

Na noite escura, o eco da alma grita,

Com um sussurro do caos, a razão se agita.

E quem se perde, sem rumo, sem paz,

Vê o tempo quebrado, os limites, o cais.

Oh, loucura, tu és flor e espinho,

Teu perfume embriaga, mas o teu caminho,

É tortuoso, um labirinto sem fim,

Onde os pensamentos se tornam marfim.

Tu não és só medo, és também a fuga,

De um mundo que aprisiona, que sufoca, que julga.

És a chama que acende a chama,

A liberdade que chama, o desatino que trama.

Nos olhos que brilham, há um céu rasgado,

E a razão se despede, num silêncio abafado.

Não há mais regras, não há mais controle,

Só o impulso que arde, só o vazio que explode.

A mente, então, vira um campo de guerra,

Onde as ideias se batem, se atiram na terra.

A lógica se dissolve, e o caos se ergue,

Onde a paz se esconde, onde o mundo perde.

Loucura, doce névoa que tudo transforma,

Nos teus braços, a realidade se deforma.

A linha entre o certo e o errado é tênue,

E quem caminha contigo, se perde e se detém.

Mas, ah, como és bela, no teu trágico ser,

Tens o sabor do incerto, do que vai acontecer.

És a queda e a ascensão, o limite e a liberdade,

O riso que vem do nada, a tristeza da saudade.

Quem é o louco? Quem se atreve a perguntar?

Pois na loucura, todos podemos habitar.

Basta abrir os olhos, fechar a razão,

E deixar que a mente viaje pela imensidão.

Tu, loucura, és a musa da liberdade,

Que nos faz dançar na corda da realidade.

Mas no final, quem te conhece de verdade,

Sabe que és a alma da nossa humanidade.

Por fim, a loucura não é só tormenta e dor,

Mas a chave que abre a porta para o amor.

E quem se perde em teus braços, ao fim,

Descobre que a loucura é também o início de um fim.

Gustavo Salesse
Enviado por Gustavo Salesse em 03/02/2025
Código do texto: T8256117
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