Loucura: A dança do caos
No espelho, o rosto se desfaz em fragmentos,
Reflexos que dançam, sombras, pensamentos.
O mundo vira roda, a mente desatino,
A loucura se faz, é sombra, é destino.
Na noite escura, o eco da alma grita,
Com um sussurro do caos, a razão se agita.
E quem se perde, sem rumo, sem paz,
Vê o tempo quebrado, os limites, o cais.
Oh, loucura, tu és flor e espinho,
Teu perfume embriaga, mas o teu caminho,
É tortuoso, um labirinto sem fim,
Onde os pensamentos se tornam marfim.
Tu não és só medo, és também a fuga,
De um mundo que aprisiona, que sufoca, que julga.
És a chama que acende a chama,
A liberdade que chama, o desatino que trama.
Nos olhos que brilham, há um céu rasgado,
E a razão se despede, num silêncio abafado.
Não há mais regras, não há mais controle,
Só o impulso que arde, só o vazio que explode.
A mente, então, vira um campo de guerra,
Onde as ideias se batem, se atiram na terra.
A lógica se dissolve, e o caos se ergue,
Onde a paz se esconde, onde o mundo perde.
Loucura, doce névoa que tudo transforma,
Nos teus braços, a realidade se deforma.
A linha entre o certo e o errado é tênue,
E quem caminha contigo, se perde e se detém.
Mas, ah, como és bela, no teu trágico ser,
Tens o sabor do incerto, do que vai acontecer.
És a queda e a ascensão, o limite e a liberdade,
O riso que vem do nada, a tristeza da saudade.
Quem é o louco? Quem se atreve a perguntar?
Pois na loucura, todos podemos habitar.
Basta abrir os olhos, fechar a razão,
E deixar que a mente viaje pela imensidão.
Tu, loucura, és a musa da liberdade,
Que nos faz dançar na corda da realidade.
Mas no final, quem te conhece de verdade,
Sabe que és a alma da nossa humanidade.
Por fim, a loucura não é só tormenta e dor,
Mas a chave que abre a porta para o amor.
E quem se perde em teus braços, ao fim,
Descobre que a loucura é também o início de um fim.