SINAL FECHADO
Ontem te procurei no mesmo lugar
Pedestres apressados que não me notaram
Vaguei lentamente na esperança de um atraso
Revisei os quadrantes até onde pude alcançar
Subi ao décimo andar sem usar o elevador
Ansiedade, ofegante, censurando.
Pensamentos obtusos, confusos, maldosos
Pela vidraça observei a rua. Farol fechado
Trânsito parado, buzinas, sons, ruídos
Relógio marca a hora num vai e vem dos sinos da matriz
Súbita vontade de pular, décimo andar
Crucifixo na parede, sinal da cruz
Loucura que persegue
Como um mal que dilacera
Whiski sem gelo rasgando a garganta
O som da campainha acalenta a alma dilacerada
Porta aberta, abraço apertado, falta a voz
Uma lágrima denuncia a incerteza,
Mas restaura a equilíbrio ausente.