A Liberdade dos Loucos

Os loucos dizem que a moral da história

É dos normais o espelho quebrado,

Que caminham em fila, buscando a glória,

Sem notar que o vazio é o seu legado.

Chamam-nos loucos, os de alma cinzenta,

Que seguem padrões como bois ao pastar.

Mas não vêem, na calma que os apascenta,

A tormenta oculta que os faz naufragar.

Loucos são eles, que vivem a vida

Com medo da cor, do caos, do desvio.

Amarram seus passos à estrada comprida,

E negam ao peito seu grito mais bravio.

Nós, que dançamos com ventos e estrelas,

Rasgamos do tempo o véu aparente.

Eles temem a chuva; nós vamos bebê-la,

Pois na água se encontra o que é transcendente.

Normais, dizem eles, em sua prisão,

Mas quem, afinal, define a verdade?

Se no mundo há sentido, é na contramão,

Não no espelho da falsa igualdade.

Loucos? Que sejam! Pois a liberdade

Não cabe no molde que a mente consome.

Somos nós os que vivem em plena verdade;

Normais são os mortos que ainda têm nome.

hewie
Enviado por hewie em 09/01/2025
Código do texto: T8237369
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