Uivamos estrelas na noite cega

somos seres sensores

(eu e mais alguns)

captores

com teias

com redes

na pele

poros como antenas

sentimentos

sintonia fina

como se fossemos balanças sensíveis

de pesar poeira

e abstrações

sensações

senões

pensamentos

somos seres expostos

(eu e mais alguns que trago comigo e velo)

sensíveis

expostos às facas

às balas

dores

movidos a impulso

e tesão

corremos risco

é certo

não ficaremos ricos

é exato

não subiremos ao palco

e nem seremos descoberto

espertos

dormimos com um olho aberto

somos seres expostos

(eu e meus outros e mais alguma força externa que me joga seus laços)

sensíveis

aos cheiros

às ervas

ao primitivo

e ao futuro obscuro

aos odores

às dores dos outros

fazemos enredos claros

ou tortos

avançamos no medo

do mar

medo

navegamos assim mesmo

no acoite

na noite

nos caminhos

no tato

no mato

uivamos estrelas na noite cega