ANTES DA SETE

Ela saiu...
Antes do sinal escolar,
Antes do caminhão de gás,
Ninguém em casa viu,
Nem ouviu as suas pulsações,
Andou quatro quarteirões,
Nem depressa, nem devagar,
Não olhou para trás,
Poderia andar muito mais,
Tanto faz,
Procurou não pensar;
Mas, como não divagar?
A mente é máquina,
Maquina mente? Maquinou,
A dor e os porquês, a dominaram.
De repente, parou;
Bem no meio da avenida,
Antes do baque, gritou;
- Que desgraça de vida!
Ela caiu;
Já não havia mais dor,
Nem vida.
Mas, os porquês continuaram...