A Louca
A louca.
Gritando drasticamente em altos brados,
A vizinhança inteira causa espanto,
Mistura com freqüência riso e pranto
Injuria e palavrões intercalados.
Os próprios filhos são ameaçados
De “facas na barriga” e de pauladas
Suas pupilas ficam tão dilatadas
Quase encobrindo as íris inteiramente,
E as faces com o rosado diferente
Das crises paranóicas incontroladas.
As vítimas adolescentes são levadas
A uma crise de choro compulsória
E chorando declaram a vida inglória
E oferecem sem pensar facas afiadas
Para ter suas vísceras trespassadas
Pela mãe que ameaça impunemente
Achando que talvez por ser demente
Este seu ato tão cruel e destrutivo
Não ameaça e destroe este ser vivo
Tornando-o um futuro incompetente.
Depois de arrasar completamente
O filho que soluça alto e chora
Sentado a um canto, a megera agora.
Aplica uma estratégia diferente.
Começa a falar tão gentilmente
Com uma voz de atriz quando declama:
...... Filhinho, a mamãe muito te ama!
É você que é culpado e me exaspera
Você sabe, não sou nenhuma fera...
Vou lhe comprar um som e uma cama.....