Lissa
Um dilúvio há de se aproximar
Meus olhos escorrem essa densa chuva
Pensamentos de o submundo moradia se tornar
Era pra ser uma vida digna de se amar
Não, não sou um herói
Pequeno Alcides que perdoe a mim
Eu decepcionei até eu mesmo
Não, não sou vilão
Que eu domine essa dança de auto gentileza
E espante toda essa automutilação
Quem pode me dizer de onde vem essas vozes
Que afirmam que estou tão só em meio a multidão
Carente de philia e com abstinência de ágape
Tenha pena, tenha pena, tenha pena
De quem é essa voz que tanto grita?
De quem são esses olhares que tanto julga?
Esse forma que a tristeza me abraça feito xênia
Eu não pude deixar de reparar nessa bagunça
Dias corridos e vazios
Rostos distantes e dispersos
Essa mania de lissa de confundir-me
Eu só quero por um momento ser ludus
Mas me perco em Atenas nos dias de chuva
Essa saudade de um estorge que me rompe o peito
Que tanto me faz refletir feito espelho
Medo usa suas cobras para nos afastar do paraíso
Feito eros que foge por todo o jardim
E nessa tempestade provocada por netuno eu me disperso
Como faróis em meio a neblina
Resta-me cultivar philautia nesta solidão
A margem do rio eu observo a figura em teu pecado
Impaciente com a velocidade do caronte
Impaciente a dor de ficar cada vez mais distante
Em pragma eu abraço meus demônios
Neste fundo do poço já suportei a solidão
Isolado como um animal, substituído por uma outra barata
Mas ao contrário dele, eu reconheço bem minha carapaça