Escrito na pele

Meus sonhos e esperança,

Escritos na areia,

Para que o vento possa levar.

Meus feitos de homem viril,

Transcritos no papel,

Para que o fogo possa queimar.

Já os demônios e anseios,

Tatuados na minha pele,

Para que, sob o olhar onipotente do juiz,

Venham a se revelar.

Durante minha peregrinação,

Descobri que é na ignorância

Que o frio e a fome

Não causam aflição.

Um grito silencioso

Rasga minha garganta;

Preso em terra hostil,

Me protejo na arrogância.

O silêncio ensurdecedor

Me faz querer chorar;

Sozinho no vazio,

Sinto minhas pernas fraquejarem...

Acho que vou falhar.

Sou como um extraterrestre

Que querem estudar;

Com minha vida acabada,

Para meu cérebro dissecar.

Em qual das muitas realidades

Eu deveria acreditar?

Ou uma nova utopia

Sozinho devo forjar?

Agora abandono a sanidade,

Porque com sinceridade,

Digo que ela nunca foi minha de verdade.

Shal
Enviado por Shal em 30/08/2024
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