Escrito na pele
Meus sonhos e esperança,
Escritos na areia,
Para que o vento possa levar.
Meus feitos de homem viril,
Transcritos no papel,
Para que o fogo possa queimar.
Já os demônios e anseios,
Tatuados na minha pele,
Para que, sob o olhar onipotente do juiz,
Venham a se revelar.
Durante minha peregrinação,
Descobri que é na ignorância
Que o frio e a fome
Não causam aflição.
Um grito silencioso
Rasga minha garganta;
Preso em terra hostil,
Me protejo na arrogância.
O silêncio ensurdecedor
Me faz querer chorar;
Sozinho no vazio,
Sinto minhas pernas fraquejarem...
Acho que vou falhar.
Sou como um extraterrestre
Que querem estudar;
Com minha vida acabada,
Para meu cérebro dissecar.
Em qual das muitas realidades
Eu deveria acreditar?
Ou uma nova utopia
Sozinho devo forjar?
Agora abandono a sanidade,
Porque com sinceridade,
Digo que ela nunca foi minha de verdade.