Loucura e paixão,

De esperas construímos o amor intenso e súbito que encheu as tuas mãos de sol e a tua boca de beijos.

Em estranhos desencontros nos amamos.

Havia o rio mas sempre ficávamos na margem.

Eu tocava o teu peito e os teus olhos e, nas minhas mãos, a tarde projetava as suas grandes sombras, enquanto as gaivotas disputavam sobre a água talvez um peixe inquieto, algo que nunca pudemos ver.

As nossas bocas procuravam-se sempre, ávidas e macias, e por muito tempo permaneciam assim, unidas, machucando-se, torturando as nossas línguas quase enlouquecidas.

Depois olhávamos nos olhos, no mais profundo silêncio.

E, sem palavras, partíamos com as mãos docemente amarradas e os corações estourando uma alegria breve.

Quando a noite descia apaixonada como o longo beijo da nossa despedida.

"ÐäMå Ðë ÑëG®ö"

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Dama De Negro
Enviado por Dama De Negro em 05/12/2005
Reeditado em 29/12/2005
Código do texto: T81385
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