Loucura e paixão,
De esperas construímos o amor intenso e súbito que encheu as tuas mãos de sol e a tua boca de beijos.
Em estranhos desencontros nos amamos.
Havia o rio mas sempre ficávamos na margem.
Eu tocava o teu peito e os teus olhos e, nas minhas mãos, a tarde projetava as suas grandes sombras, enquanto as gaivotas disputavam sobre a água talvez um peixe inquieto, algo que nunca pudemos ver.
As nossas bocas procuravam-se sempre, ávidas e macias, e por muito tempo permaneciam assim, unidas, machucando-se, torturando as nossas línguas quase enlouquecidas.
Depois olhávamos nos olhos, no mais profundo silêncio.
E, sem palavras, partíamos com as mãos docemente amarradas e os corações estourando uma alegria breve.
Quando a noite descia apaixonada como o longo beijo da nossa despedida.
"ÐäMå Ðë ÑëG®ö"
***