O inferno são os outros... o inferno sou eu.

Tenho em mim toda a angústia do homem,

Todo o peso do desafeto,

Toda penumbra do desencanto,

Toda a vida sem um "porquê".

Sou o oposto de mim mesmo,

Um perfeito anti-eu,

A antítese do ser que já não sou.

Um louco. Um sonhador. Um ninguém.

Já não encontro-me mais nas esquinas,

Nas poesias, nas músicas e nos grandes

Clássicos do cinema. Simplesmente não

Existo naquilo que mais imaginava existir e

Atribuir sentido à existência, como um perfeito

Sistema ou máquina, que existe para continuar existindo,

Retroalimentando-se de mentiras, devaneios, meias-verdades

E todo tipo de entorpecimento que enuveia o julgamento

E seduz o pensamento para qualquer noção distante do real.

O real que vé aos infernos também, não versejo em sua defesa,

Afinal, não possuo distinção entre a realidade e o sonho,

Em meu pensamento, tudo é sonho, e continuo sonhando.

Antologia da Existência
Enviado por Antologia da Existência em 05/08/2024
Código do texto: T8122560
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