O inferno são os outros... o inferno sou eu.
Tenho em mim toda a angústia do homem,
Todo o peso do desafeto,
Toda penumbra do desencanto,
Toda a vida sem um "porquê".
Sou o oposto de mim mesmo,
Um perfeito anti-eu,
A antítese do ser que já não sou.
Um louco. Um sonhador. Um ninguém.
Já não encontro-me mais nas esquinas,
Nas poesias, nas músicas e nos grandes
Clássicos do cinema. Simplesmente não
Existo naquilo que mais imaginava existir e
Atribuir sentido à existência, como um perfeito
Sistema ou máquina, que existe para continuar existindo,
Retroalimentando-se de mentiras, devaneios, meias-verdades
E todo tipo de entorpecimento que enuveia o julgamento
E seduz o pensamento para qualquer noção distante do real.
O real que vé aos infernos também, não versejo em sua defesa,
Afinal, não possuo distinção entre a realidade e o sonho,
Em meu pensamento, tudo é sonho, e continuo sonhando.