Vou-me embora pra Libertinada

Vou-me embora pra Libertinada

Lá eu sou amante da preula

Lá terei a mais bela morena

Na cama, na rede ou na relva,

Vou-me embora pra Libertinada.

Vou-me embora pra Libertinada,

Aqui nada tem mais graça

Lá somente prazer e aventura

Vivendo de forma eloquente

Tal Dom Quixote – cavaleiro andante

Que nasceu do mestre Cervantes

Que na loucura sonhou com Dulcineia

E mil batalhas com que nunca teve.

E lá farei canções, yoga e poesias

Andarei de bike de madrugada

Montarei em rabo de foguete

Subirei em telhados da vizinha

Tomarei banho em caixa d’água

E quando tiver de saco cheio

Deitarei no banco da praça

Mandarei chamar a morena

Pra me contar lascívias meras

Carícias até de madrugada

Nos seus braços ser carregado

Vou-me embora pra Libertinada.

Em Libertinada se faz de tudo

La, um lugar intenso de prazer

Lá o processo é a tranquilidade

Resenhas, contentamento e diversão

Ninguém precisa de celular

Rotinas, remédios, nem vacinas

Somente ser amado pela amada

Muitas estrelas pra gente contar.

E quando a tristeza quiser voltar

Aquela tristeza à noite de outrora

Vontade de na internet navegar

Lembro: “Lá sou amante da preula!”

Lá eu terei a mais bela morena

Na cama, na rede ou na relva

Vou-me embora pra Libertinada.

* Dedicatória ao Mestre Manuel Bandeira - "Vou-me embora pra Passárgada" Obra; Libertinagem, 1930.

Sérgio Russolini
Enviado por Sérgio Russolini em 18/07/2024
Reeditado em 22/07/2024
Código do texto: T8109181
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